ZILA MAMEDE
A Bibliotecária e poeta Zila Mamede nasceu em 15 de setembro
de 1928, em Nova Palmeira, município fundado por seu avô e por seu padrinho de
batismo, hoje município do estado da Paraíba. Ainda criança, por volta dos
cinco a seis anos de idade, mudou-se para o interior do Rio Grande do Norte,
mais precisamente para a cidade de Currais Novos. Durante os primeiros anos da
Segunda Guerra Mundial, Zila veio morar em Natal.
Iniciou sua carreira em 1954, quando assumiu o cargo de
Auxiliar de Biblioteca da Biblioteca do Instituto de Educação do Rio Grande do
Norte (hoje Atheneu Norte-Riograndense). No final do mesmo ano recebe o
Certificado do Curso Intensivo de Biblioteconomia, expedido pelo Instituto
Nacional do Livro (INL), através do Programa de Assistência Técnica às
Bibliotecas Brasileiras.
No ano de 1955 é aprovada no vestibular para do curso de
Direito da Universidade do Rio Grande do Norte, porém o tranca, pois fora
aprovada no vestibular para o Curso de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional
do Rio de Janeiro. Entre 1955 e 1956, cursou Biblioteconomia no Rio de Janeiro,
trabalhou como Auxiliar de Biblioteca do Instituto de Matemática Pura e
Aplicada do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e ainda fez uma especialização
nos Estados Unidos.
Retornando a Natal, reassume seu cargo no Instituto de
Educação do Rio Grande do Norte; em seguida é nomeada Bibliotecária da
Sociedade Cultural do Brasil - Estados Unidos- SCBEU, em Natal (1957). Em 02 de
maio de 1959 é nomeada Chefe do Serviço Central de Bibliotecas (SCB) da
Universidade do Rio Grande do Norte, onde planeja, implanta e organiza o
Serviço Central de Bibliotecas, coordenando as atividades das Bibliotecas das
Faculdades Isoladas (1959–1974). No mesmo ano, elabora e coordena o primeiro
curso para Auxiliares de Bibliotecas, na antiga Faculdade de Filosofia de Natal
e assumiu a Diretoria de Documentação e Cultura da Prefeitura Municipal de
Natal.
Zila também trabalhou como professora do curso intensivo de
Biblioteconomia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em Natal (1959);
reorganizou a Biblioteca do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (1959);
assumiu no Setor de Análise de Documentos, da Divisão de Documentação da
Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), Recife (1962).
Em março de 1964 inicia Pós-Graduação no Curso de Mestrado
em Biblioteconomia da Universidade de Brasília-UnB e se responsabiliza pela
orientação de alunos na disciplina Bibliografia (nível de Graduação) como
instrutor-bolsista da UnB e deixa como resultado de seu Mestrado o “Catálogo de
Obras Raras do século XVI a XVII: pertencentes à UnB”.
No ano de 1968, coordena o Levantamento das Bibliotecas para
a Ciência & Tecnologia das Universidades do Nordeste e Órgãos de Pesquisa
Correlatos, para a criação de um Serviço de Informação e Documentação Técnico
Científica da Região (Convênio CNPq/SUDENE).
De 1969 a 1972 coordena a implantação da Biblioteca Pública
Estadual Câmara Cascudo. Em 1974 planeja, organiza e instala o acervo básico necessário
ao funcionamento dos cursos da UFRN, representando a Biblioteca Central (antes
Serviço Central de Bibliotecas da UFRN) e é nomeada Diretora da Biblioteca
Central da UFRN, ficando no cargo até 20 de março de 1980, quando se aposenta.
Em 02 de maio de 1983, a convite do então Governo do Estado,
José Agripino Maia, assume a Coordenação da Biblioteca Pública Estadual Câmara
Cascudo; em 1984 implanta o Sistema de Bibliotecas do Estado “Caixas Estantes”
em convênio FJA/INL e em 13 de dezembro de 1985, morre afogada enquanto nadava
na Praia do Meio, situada na costa litorânea, próxima ao Forte dos Reis Magos,
em Natal, como fazia quase que diariamente.
Zila Mamede foi bibliotecária e poeta, obteve destaque nas
duas atividades. Como bibliotecária, é o principal nome da biblioteconomia do
Rio Grande do Norte, participou de cursos nos grandes centros brasileiros e até
mesmo fora do Brasil. Como poeta, rompeu o jejum potiguar após a efervescência
de Jorge Fernandes; publicou obras de poesia e técnicas, tais como: “Rosa de
Pedra” (1953), “Salinas” (1958), “O arado” (1959), “Luís da Câmara Cascudo: 50
anos de vida intelectual, 1918-1968: bibliografia anotada” (1970, 2 volumes, 3
Tomos), “Exercício da palavra (poesia 1959/1975)” (1975), “Navegos (poesia reunida
1953-1978” (1978), “Catálogo das Publicações da Fundação José Augusto,
1965-1984” (1984) e “A Herança” (1984).
Fonte: site da BCZM
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